PREVENÇÃO COMBINADA
A Prevenção Combinada é a ideia de associar diferentes métodos (ações) de prevenção ao HIV, mostrando a importância da prevenção das infecções sexualmente transmissíveis (IST) e das hepatites virais tanto para a prevenção do HIV, quanto para a saúde integral das pessoas. Essas ações podem estar combinadas de acordo com as características individuais e o momento de vida e respeito à autonomia de cada pessoa.

O preservativo (camisinha) é a forma mais barata, acessível, simples e sem efeitos colaterais de prevenir a transmissão do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) nas relações sexuais. Ele é uma barreira física que impede que vírus e bactérias sejam transmitidos de uma parceria sexual para outra.
Para evitar que o preservativo se rompa ou escorregue durante o sexo, é importante usá-lo corretamente e garantir que as parcerias sexuais estejam confortáveis e confiantes em usá-lo. Clique AQUI e veja como.
Como o ânus tem pouca lubrificação, o risco do preservativo rasgar é maior nessa prática. Para diminuir o risco, quando praticar sexo anal use um gel lubrificante à base de água além do já existente na própria camisinha. Em caso de rompimento do preservativo ou de sexo anal sem preservativo, procure informações o quanto antes sobre a profilaxia pós-exposição (PEP), que pode impedir a infecção pelo HIV se usada em até 72 horas após a exposição.
A profilaxia pós-exposição, também conhecida como PEP, é uma medida de prevenção de urgência para ser utilizada em situação de risco à infecção pelo HIV. Trata-se de uma urgência médica e deve ser iniciada o mais rápido possível – preferencialmente nas primeiras duas horas após a exposição de risco e no máximo em até 72 horas. A profilaxia deve ser realizada por 28 dias e a pessoa tem que ser acompanhada pela equipe de saúde, inclusive após esse período realizando os exames necessários.
Ela consiste na tomada de medicamentos antirretrovirais que vão impedir a entrada do HIV em locais onde os medicamentos não funcionam. Por isso é importante iniciar o quanto antes após o contato de risco. Os medicamentos não apresentam efeitos colaterais desagradáveis na maioria das pessoas.
A PEP é indicada em casos de:
- Violência sexual;
- Relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com seu rompimento);
- Acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico).
A PEP está disponível em:
Campo Grande
UPA Coronel Antonino
UPA Leblon
UPA Moreninhas
UPA Universitário
UPA Santa Mônica
UPA Vila Almeida
CTA – Centro de Testagem e Aconselhamento
Curitiba
UPA da Matriz, Hospital das Clínicas
Hospital Oswaldo Cruz
COA – Centro de Orientação e Aconselhamento
Florianópolis
UPA Norte, na Rua Francisco Fauso Martins, 0, Bairro Vargem Grande, Tel (48) 3261-0615
UPA Sul, na Rodovia SC-405, 682, Bairro Rio Tavares, Tel (48) 3239-1701
UPA Continente, na Rua Gualberto Senna, 300, Bairro Jardim Atlântico, Tel (48) 3039-7535
Porto Alegre
UPA Cruzeiro do Sul, na Travessa Manuel Lobato, 151
UPA Lomba do Pinheiro, na Estrada João de Oliveira Remião, 5110, Bairro Lomba do Pinheiro
SAE IATI, na Rua 3 de Abril, 90
Área Técnica de DST-Aids e Hepatites Virais, na Av. João Pessoa, 325, Bairro Centro
O que é PrEP HIV?
A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV é um método de prevenção à infecção pelo HIV. Isso é feito tomando diariamente um comprimido que impede que o vírus causador da aids infecte o organismo, antes de a pessoa ter contato com o vírus.
Como a PrEP funciona?
A PrEP é a combinação de dois medicamentos (tenofovir + entricitabina) que bloqueiam alguns “caminhos” que o HIV usa para infectar seu organismo. Se você tomar PrEP diariamente, a medicação pode impedir que o HIV se estabeleça e se espalhe em seu corpo.
Mas ATENÇÃO: a PrEP só tem efeito se você tomar os comprimidos todos os dias. Caso contrário, pode não haver concentração suficiente do medicamento em sua corrente sanguínea para bloquear o vírus.
Em quanto tempo a PrEP começa a fazer efeito?
Após 7 dias de uso para relação anal e 20 dias de uso para relação vaginal.
IMPORTANTE: a PrEP não protege de outras infecções sexualmente transmissíveis (tais como sífilis, clamídia e gonorreia) e, portanto, recomenda-se o uso combinado com outras formas de prevenção, como a camisinha.
Quem pode usar a PrEP?
A PrEP não é indicada para todas as pessoas. Ela é indicada para pessoas que tenham maior chance de entrar em contato com o HIV. Você deve considerar usar a PrEP se:
Fizer parte de uma dessas populações-chave:
- Gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH);
- Mulheres trans e travestis;
- Trabalhadores(as) do sexo.
E, além disso, se você:
- Frequentemente deixa de usar camisinha em suas relações sexuais (anais ou vaginais);
- Tem relações sexuais, sem camisinha, com alguém que seja HIV positivo e que não esteja em tratamento;
- Faz uso repetido de PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV);
- Apresenta episódios frequentes de infecções sexualmente transmissíveis (IST).
Como posso começar a usar a PrEP?
Procure um profissional de saúde e informe-se para saber se você tem indicação para PrEP. Na PrEP, você deve tomar o medicamento todos os dias, fazer exames regulares e buscar sua medicação gratuitamente a cada três meses.
Onde posso encontrar a PrEP
Você pode encontrar AQUI os locais onde a PrEP é ofertada.
Carga viral é um exame que conta a quantidade de vírus presente em uma certa quantidade de sangue. Através desse exame é possível verificar o estágio da infecção e se o tratamento está funcionando. Quanto maior a carga viral, mais provável que os sintomas apareçam, que causem problemas e maior a chance de infectar uma parceria sexual. Quando o tratamento é realizado adequadamente, a quantidade de vírus no sangue reduz a níveis abaixo do limite mínimo detectável nos exames e, por isso, dizemos que a carga viral está indetectável.
Quando a pessoa que vive com HIV e possui carga viral indetectável, ela pode transmitir o HIV para suas parcerias sexuais?
A resposta é NÃO.
Desde 2013 uma estratégia de prevenção do HIV, chamada de “tratamento como prevenção”, (TasP) foi proposta. Um grande estudo chamado START trouxe dados preliminares comprovando os benefícios individuais do início precoce da terapia antirretroviral (TARV) e antecipou os benefícios coletivos na redução significativa da transmissão do HIV entre parcerias sorodiferentes (quando uma pessoa vive com HIV e a outra, não).
Em 2015, foram divulgados os resultados finais de outro grande estudo, o HPTN 052, também conhecido como PARTNER. Essa pesquisa, realizado com milhares de casais sorodiferentes, trouxeram a comprovação de que uma pessoa que vive com HIV, que faz o tratamento adequado contra o vírus, mantém a carga viral indetectável e não possui outras infecções sexualmente transmissíveis, não são capazes de transmitir o HIV para suas parcerias sexuais por meio de relações sexuais desprotegidas.
Mais recentemente, os resultados do estudo OPPOSITES ATTRACT (realizados apenas com casais homossexuais masculinos) também comprovaram que não é possível haver transmissão do HIV entre relacionamentos sorodiferentes quando a pessoa que vive com HIV está indetectável.
TESTAGEM FREQUENTE DO HIV
A testagem regular do HIV se configura como estratégia importante não apenas para o diagnóstico oportuno, mas também pode ser uma estratégia de prevenção. Alguns segmentos da população-chave utilizam a testagem rotineira para selecionar parcerias sexuais e, considerando testes negativos, ter relações sexuais com penetração sem o uso de preservativo. Essa prática está baseada numa lógica de redução de riscos nas relações sexuais.
A presença de uma infecção sexualmente transmissível (IST) em qualquer das parcerias sexuais aumenta em mais de dez vezes o risco de transmissão do HIV. Isso ocorre porque algumas ISTs, como sífilis, gonorreia, clamídia e herpes, podem causar inflamação no pênis, vagina ou no ânus/reto. A inflamação propicia uma via para o HIV entrar ou sair do corpo. Isso também significa que os glóbulos brancos do sangue (anticorpos), aos quais o HIV se liga, estarão presentes em maior número no local da inflamação.
Muitas ISTs podem ocorrer sem qualquer sintoma. A única maneira de reduzir o risco associado às IST é fazer regularmente todos os exames recomendados por um médico ou equipe de saúde e, se diagnosticado, fazer o tratamento das IST. Veja AQUI onde encontrar uma unidade de saúde mais próxima. (verificar o banco de dados no https://dados.gov.br/dataset/unidades-basicas-de-saude-ubs)
O risco de transmissão do HIV por meio do sexo oral é muito baixo. No entanto, existem alguns casos de infecção pelo HIV, nos quais o único fator de risco relatado era o sexo oral, ou seja, fazer sexo oral em um pênis. Nesses casos, o HIV pode ser transmitido se a pessoa fizer sexo oral no pênis de uma pessoa que vive com HIV, ela não fizer o tratamento contra o vírus e ejacular na boca com algum corte, ferida, sangramento ou que tenha feito tratamento dentário recentemente. Embora muito raro, tudo isso pode servir de via para o HIV presente no esperma entre no corpo da parceria HIV-negativa.
O SUS oferta gratuitamente vacinas que podem prevenir infecções sexualmente transmissíveis graves, como as hepatites A e B e o HPV. Procure uma unidade de saúde e informe se você se enquadra nos critérios para a imunização dessas infecções.
Retirar o pênis do ânus antes da ejaculação pode ser uma estratégia muito difícil, porque a pessoa que está sendo penetrada não tem como controlar quando (e se) a parceria sexual que está penetrando retirará o pênis. Também é difícil para a parceria que está penetrando avaliar exatamente quando retirar o pênis, especialmente no calor do momento. Outro problema é que o HIV está presente mesmo antes da ejaculação no pré-sêmen, e muitas pessoas secretam este fluido quando são estimuladas. Gozar fora é cinco vezes mais arriscado do que não fazer nenhum sexo anal desprotegido.
A circuncisão ajuda a proteger o pênis da infecção por HIV no caso de relações sexuais vaginais. Contudo, a maioria dos homens que fazem sexo com homens contrai o HIV através do sexo anal receptivo (passivo) e, nesse caso, a circuncisão não oferece nenhuma proteção para a parceria sexual receptiva (passivo).
Há pesquisas que mostram que a circuncisão pode reduzir o risco do sexo anal sem proteção para a parceria sexual ativa. Isto acontece porque a circuncisão retira certos tipos de células da pele do prepúcio, reduzindo uma via para o HIV entrar no corpo. Quando a pessoa com pênis é HIV-negativo e é ativa no sexo anal, o risco é reduzido em cerca de seis vezes se o pênis é circuncidado. No entanto, ser circuncidado não oferece proteção completa para uma pessoa HIV-negativo quando ele penetra uma pessoa HIV-positivo. O risco é reduzido, mas não é eliminado.